terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Carta do Primaz ao Encontro do MST

Santa Maria, 10 de Fevereiro de 2014

E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre. Isaías 32,17

A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) congratula e se solidariza com a celebração do VI Congresso Nacional do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil. O MST há trinta anos organiza sonhos e desejos de vida plena, defende os direitos ao acesso democrático e humano a terra, ao trabalho, a alimentos livre de venenos e luta contra o preconceito de grupos que por centenas de anos permanecem em situação de privilégio e dominação em nossas terras.
São três décadas de sonhos, mobilizações, lutas e conquistas para um Brasil melhor e para uma sociedade onde a justiça e a paz se beijam (cf. S. 85). Reconhecemos suas ações e colaborações na firme defesa de pessoas excluídas dos meios de produção deste país rico e extenso, mas dominados por uma elite que concentra, domina e é a aliada da violência para manter seus privilégios e a todo custo defender seus lucros.
A terra e a humanidade são expressão da Palavra de Deus, por sua “ordem todas as coisas vieram a existir: a vastidão do espaço entre as estrelas, as galáxias, sóis, os planetas em suas órbitas, e esta terra frágil que é nosso lar. Dos primeiros elementos fez surgir a raça humana e a abençoaste com  memória, razão e sabedoria…”  (cf. Livro Comum de Oração p.81).
Essa é a religião que a família anglicana celebra e defende. Uma religião que reconhece e defende a vida, especialmente os mais empobrecidos e excluídos, e o planeta, usurpado pelo lucro e pelo egoísmo de poucos, como expressão de um Deus que ama e se entrega para que a vossa alegria seja completa (cf. Jo 16:24c).
Como igreja de Deus neste país a Família Episcopal Anglicana se junta ao MST, um dos maiores aliados da sociedade brasileira, neste tempo de graça e martírio e conclama a todas as pessoas de boa fé na missão, também cumprida por este movimento, de “responder as necessidades humanas com amor, buscar a transformação das estruturas injustas da sociedade e a lutas pela salvaguarda da integridade da criação, sustento e renovação terra” (cf. Cinco Marcas da Missão-CCA e CL 1988).
Nosso compromisso como igreja deve ser claro e irredutível no reconhecimento, apoio e envolvimento com movimentos que  lutam pela justiça e direitos do planeta e das pessoas que nele habitam, que fazem campanhas para que nossos alimentos sejam sem venenos e nossa agricultura seja principalmente para  alimentar a população que passa fome. A terra e a vida pertencem ao Senhor. Não se pode ficar parados enquanto a maioria da população sofre e é explorada ou escravizada por uma minoria ainda poderosa neste país.
Convido a todas as pessoas das comunidades da família anglicana a fazer um momento de oração pela realização deste congresso em Brasília na semana de 10 a 14 de Fevereiro. 15.000 sem terras e parceiros de outros grupos e organizações estarão celebrando 30 anos de vida e de luta pela cidadania e dignidade. Tanto já foi conquistado mas ainda falta muito e nossa fé deve ser expressão do amor de Deus. Nossa religião é aquela que se coloca ao lado dos “mais pequeninos violentados e excluídos” (cf. Mt 25:31-46), tem misericórdia e publicamente a expressa, mesmo que isso leve a Cruz.
Nossa Igreja se fará representar neste Congresso pela presença de meu irmão e bispo Mauricio Andrade, bispo diocesano de Brasilia e companheiro de caminhada nas lutas pela justiça e dignidade.
Ubi Caritas et Amor. Deus ibi est. Onde está a solidariedade e o amor Deus aí está.

++ Francisco de Assis da Silva
Primaz do Brasil e Diocesano em Santa Maria

NOTA: A DAC está representada por alguns irmãos e irmãs do Assentamento “Olga Benário” em Sta. Tereza do Oeste/PR onde a Paróquia da Ascensão mantêm um Ponto Missionário e também pelo Ven. Arc. Luiz Carlos Gabas. 
Imagem: MST

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Nossa água

Chegou o verão e pelo menos em Porto Alegre, muitos tem um motivo a mais para comprar água mineral. No nosso verão aumenta o desenvolvimento de algas no Guaíba que acabam deixando um leve gosto na água que bebemos da torneira. Agora, fora este inconveniente, você já se perguntou porque tomamos tanta água engarrafada?
Convido vocês a darem uma olhada nesse vídeo:

O sistema público de abastecimento no Brasil é obrigado (felizmente) a obedecer normas bastante restritivas para garantir que a água que chega nas nossas torneiras seja potável. E isso é bastante caro. Mesmo assim, muitos ainda tem preconceito em tomar água da torneira e acabam bebendo sempre água engarrafada. Que como vimos no vídeo custo muito mais caro e para o nosso bolso e para o meio ambiente. Então fica o incentivo para consumirmos mais água da torneira. Mas cabe lembrar que, para garantir a qualidade da água que bebemos, devemos fazer limpezas periódicas nas caixas d'água. O recomendado é que seja feito no mínimo uma limpeza a cada seis meses.